Saudade que aperta o meu peito,
Que treme o meu falar,
Que inunda os meus olhos,
Que faz o meu grito calar.
Saudade que à minha lágrima chama,
Que tira de minha saliva o sabor,
Saudade que ao calor inflama,
Paixão que se confunde com amor.
Eu vim de um chão quente,
Uma terra sem igual,
Sou fruto de um sol nascente,
Uma origem especial!
Vim de um povo forte,
Uma raça que não desiste,
Povo que luta até a morte
Por um sonho que nele existe.
Mudei de meu canto,
Essa foi a minha sina,
Minha vida perdeu o encanto,
Minha saudade é nordestina.
Minha cidade é hospitaleira,
Um povo igual, nunca vi,
Minha cidade é Brasileira,
Minha paixão é Piauí!
A distância me levou quem amo,
O tempo não me trouxe um novo amor,
Por um reencontro eu clamo,
Pois, o amor em mim não acabou.
Em um mar de lembranças, eu mergulho,
As lágrimas lavam o meu rosto,
A frieza do tempo aumenta o meu orgulho,
E preserva o sotaque que falo com tanto gosto!
De onde eu vim, o sorriso faz parte,
O humor é complemento,
A natureza é rascunho de uma arte,
Que se embeleza a todo momento.
Lembro das brincadeiras de infância,
Onde sorríamos com tamanha diversão,
Inocência não era ignorância,
Era apenas, de uma felicidade a razão!
Momentos que escreveram a minha história,
Que foram o alicerce de meu chão,
São lembranças que guardo na memória,
Que as respiro em verso, poesia e paixão...
Carrego nas veias um sangue fiel,
O orgulho de um povo guerreiro.
O melhor presente de Papai do Céu
É pertencer ao nordeste brasileiro!
O tempo me compreende,
A história me fascina,
De tudo, o que mais me surpreende
É essa paixão nordestina!